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Educação - Ignorância Útil

A maior aliada de um governo é a ignorância do povo?


( Leia a primeira parte deste artigo AQUI )


Ignorância é aliada política


Discutíamos a validade da máxima de que "o maior inimigo de um governo é o povo culto". Propomos então que avaliássemos as variáveis antagônicas da afirmativa na frase. Ora, se o povo culto é o maior inimigo do governo, então o governo também deveria ser inimigo do povo culto. Por outro lado o governo teria de reconhecer a vantagem de ter um povo ignorante ao seu lado. Fora a conclusão óbvia de que um povo ignorante, pela própria definição, poderia não saber exatamente o que esperar de seu governo, o que o colocaria numa condição de dependência total de seus governantes, para o bem ou para o mal, ainda havemos de buscar sinais objetivos onde o governo acabe favorecido nesta relação.
  • Quando alguém festeja os números alcançados na gestão de um governo e os compara aos da gestão anterior para demonstrar o quanto a situação atual é melhor, ele demonstra uma ignorância que acaba por favorecer o governo. Porque sua comparação parte do princípio de que, se o governo anterior desse continuidade às suas políticas, o país ainda estaria congelado naquele mesmo patamar de mais de uma década atrás, onde o outro governo deixou.
Se dissessem, por exemplo, que a atual situação é melhor porque o poder de compra da maioria do povo praticamente dobrou em doze anos, desconsiderariam que as políticas do governo anterior foram interrompidas para dar lugar às do governo atual, de modo que é impossível saber como estaria a condição atual se aquele governo desse continuidade ao seu plano, se estaria pior ou melhor. Especialmente se levassem em conta que as condições para que a situação atual fosse alcançada teriam resultado justamente das ações tomadas pelo governo anterior, e que a continuidade do que está funcionando não é mais que obrigação do sucessor.

Existem várias maneiras para aumentar o poder de compra da população. Uma delas é estabelecer um gatilho automático de aumento dos salários dentro de um tempo estabelecido arbitrariamente. Este expediente só funciona dentro de uma economia estável, onde os preços dos produtos e serviços se mantenham dentro de uma expectativa razoável. Na época em que o Brasil experimentou os efeitos da hiperinflação não funcionou, por exemplo. Outra forma de aumentar o poder de compra seria reduzir os preços dos produtos através de investimentos em tecnologia e logística que barateassem o processo produtivo. Uma terceira via seria o enxugamento dos custos na máquina do governo através de um maior controle das finanças públicas, de modo a reduzir a incidência de impostos sobre produtos.

Nada impediria que as três formas citadas fossem adotadas concomitantemente por um governo responsável, que tivesse tempo e vontade política para implementá-las. Mas o desconhecimento da necessidade destas ações pela maioria da população quando exponencialmente exagerada por parte da propaganda de um governo, faz parecer que tal governo tem a ignorância geral como aliada de seus projetos.
  • Quando ignorantes se infiltram em uma manifestação pacifica, organizada para a legítima cobrança de medidas que atendam às necessidades específicas da população, e estes ignorantes transformam a manifestação numa desculpa para depredar o bem público, numa escalada de violência que acabe por causar a morte de alguém, a ignorância deles acaba por auxiliar o governo. Porque, além de desviar a atenção dos verdadeiros motivos pelos quais o movimento se legitimou, acaba por dar razão ao governo para que tome medidas de exceção que impeçam a continuidade da manifestação e dificulte a organização de outros movimentos semelhantes. Talvez este seja o exemplo mais contundente do quanto a ignorância de um povo pode ser tomado como o mais forte aliado de um governo.
Num caso como este, a ignorância jamais deveria ser (como não será) aceita para justificar um ato de vandalismo que resulte em morte. Como no caso do participante de um grupo violento infiltrado em uma manifestação pacífica, que alegou em sua defesa não saber que se tratasse de um rojão o objeto que ele acendera e colocara no chão matando um jornalista que estava ali apenas para cobrir o evento. O criminoso disse "ter pensado" (sic) que o objeto fosse um "cabeção-de-nego" que causaria apenas um efeito moral ao explodir.

Este tipo de apelo a ignorância em defesa própria no entanto é muito comum na cultura de nosso país. Vimos recentemente a situação em que o líder do governo defendeu-se dizendo não saber que seus associados mais próximos, aos quais ele distribuíra os cargos de maior confiança no governo, estavam envolvidos no maior caso de corrupção que se tem notícia neste país. E com esta alegação de ignorância garantiu a continuidade de seu governo.

Até aí vemos como a ignorância pode ser tomada como uma grande aliada do governo.
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